Advogado morto em Niterói defendia braço direito de Glaidson na morte de concorrente nas criptomoedas
Segundo as investigações, execução de Carlos Daniel Dias André foi determinada pelo bicheiro Bernardo Bello, alvo de um mandado de prisão nesta quinta-feira (27) — e já considerado foragido. Glaidson Acacio dos Santos durante depoimento à CPI sobre as Pirâmides Financeiras nesta quarta-feira (12). Vinicius Loures/Câmara dos Deputados O advogado Carlos Daniel Dias André, executado a tiros em maio de 2022, em Niterói, defendia um dos aliados de Glaidson Acácio dos Santos no caso da morte de um dos concorrentes do ex-garçom no ramo das criptomoedas. A emboscada contra Carlos Daniel foi, segundo a Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), uma ordem do bicheiro Bernardo Bello, alvo de um mandado de prisão nesta quinta-feira (27) na Operação Ás de Ouros. Bello não é encontrado desde novembro do ano passado. Entenda, a seguir: A defesa de Carlos Daniel para o aliado de Glaidson A motivação para a execução do advogado A morte de Carlos Daniel Homem é preso durante operação que busca o bicheiro Bernardo Bello Rafael Nascimento/g1 Rio 1. A defesa de Carlos Daniel para o aliado de Glaidson Antes de ser executado, Carlos Daniel atuava na defesa de Daniel Aleixo Guimarães, um dos réus pelo assassinato do investidor Wesley Pessano e apontado nas investigações como braço direito de Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins. Wesley Pessano foi morto a tiros dentro de um carro de luxo em agosto de 2021 em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos. O Fantástico revelou que Glaidson — preso em agosto de 2021, acusado de liderar um esquema financeiro que movimentou quase R$ 40 bilhões e lesou milhares de investidores — passou a ser investigado por perseguir e assassinar quem ameaçasse seu negócio. Em uma mensagem para Daniel Aleixo, Glaidson disse: “Tem um trade, aqui de Cabo Frio, sr. Pessano, que está tentando meus investidores. Não posso deixar isso acontecer”. Em dezembro de 2021, Glaidson virou réu pela morte de Pessano. 2. A motivação para a execução do advogado Segundo as investigações, Carlos Daniel foi morto após uma briga por causa de churrasco. Dois dos três presos nesta quinta-feira na Ás de Ouros 2 — Allan Diego e Marcelo Magalhães — eram sócios de uma empresa especializada em vender kits para churrasco que, segundo as investigações, era de fachada e usada para lavar dinheiro do bicho. Os dois divergiram, e Allan, apontado como braço financeiro de Bernardo Bello, expulsou Marcelo da sociedade. Marcelo então procurou Carlos Daniel para representá-lo no litígio. Como não houve conciliação, o advogado recomendou que Marcelo procurasse a polícia e revelasse o negócio. O empresário concordou e contou o esquema à Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). A força-tarefa afirma que Bello ordenou a morte de Carlos Daniel por esse motivo e ameaçou Marcelo — o litígio acabou se resolvendo tempos depois. O advogado Carlos Daniel Dias André, de 41 anos. Reprodução 3. A morte de Carlos Daniel Carlos Daniel foi morto a tiros em maio de 2022 no Cafubá, na Região Oceânica de Niterói, por dois homens em uma moto. Ele estava dirigindo com o filho quando foi abordado em um sinal de trânsito. O atirador disparou pela janela do carona — o garoto não se feriu (relembre abaixo). Vídeo mostra execução de advogado em Niterói, RJ O carro era blindado, mas a janela do carona estava com uma pequena abertura — o suficiente para os disparos atingirem o advogado. Os investigadores identificaram que o veículo tinha um GPS — Carlos Daniel estava sendo monitorado. O advogado era ex-policial civil e foi expulso da corporação em 2011, após ser preso pela PF transportando traficantes que tentavam escapar do cerco à Favela da Rocinha para a implantação da UPP. Carlos Daniel cumpriu 6 anos de prisão. Na cadeia, ele estudou, se formou em direito e começou a trabalhar na advocacia criminalista. Tornou-se especialista no ramo de execuções penais — área em que advogou para muitos policiais e contraventores do jogo do bicho e máquinas caça-níqueis. Dois homens foram presos pelo crime na primeira Operação Ás de Ouros: Isaquiel Geovanio Fraga e Rodrigo Coutinho Palome da Silva. Segundo as investigações, Isaquiel pilotava a moto, e Rodrigo atirou. A polícia afirma que os suspeitos ficaram monitorando a rotina de Carlos Daniel por pelo menos 10 dias em Niterói antes do crime. O grupo se hospedou em uma pousada em Piratininga, na Região Oceânica, antes do ataque. Dois dias depois do check-in, os homens, segundo as investigações, conseguiram instalar o GPS no carro do advogado.
Segundo as investigações, execução de Carlos Daniel Dias André foi determinada pelo bicheiro Bernardo Bello, alvo de um mandado de prisão nesta quinta-feira (27) — e já considerado foragido. Glaidson Acacio dos Santos durante depoimento à CPI sobre as Pirâmides Financeiras nesta quarta-feira (12). Vinicius Loures/Câmara dos Deputados O advogado Carlos Daniel Dias André, executado a tiros em maio de 2022, em Niterói, defendia um dos aliados de Glaidson Acácio dos Santos no caso da morte de um dos concorrentes do ex-garçom no ramo das criptomoedas. A emboscada contra Carlos Daniel foi, segundo a Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), uma ordem do bicheiro Bernardo Bello, alvo de um mandado de prisão nesta quinta-feira (27) na Operação Ás de Ouros. Bello não é encontrado desde novembro do ano passado. Entenda, a seguir: A defesa de Carlos Daniel para o aliado de Glaidson A motivação para a execução do advogado A morte de Carlos Daniel Homem é preso durante operação que busca o bicheiro Bernardo Bello Rafael Nascimento/g1 Rio 1. A defesa de Carlos Daniel para o aliado de Glaidson Antes de ser executado, Carlos Daniel atuava na defesa de Daniel Aleixo Guimarães, um dos réus pelo assassinato do investidor Wesley Pessano e apontado nas investigações como braço direito de Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins. Wesley Pessano foi morto a tiros dentro de um carro de luxo em agosto de 2021 em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos. O Fantástico revelou que Glaidson — preso em agosto de 2021, acusado de liderar um esquema financeiro que movimentou quase R$ 40 bilhões e lesou milhares de investidores — passou a ser investigado por perseguir e assassinar quem ameaçasse seu negócio. Em uma mensagem para Daniel Aleixo, Glaidson disse: “Tem um trade, aqui de Cabo Frio, sr. Pessano, que está tentando meus investidores. Não posso deixar isso acontecer”. Em dezembro de 2021, Glaidson virou réu pela morte de Pessano. 2. A motivação para a execução do advogado Segundo as investigações, Carlos Daniel foi morto após uma briga por causa de churrasco. Dois dos três presos nesta quinta-feira na Ás de Ouros 2 — Allan Diego e Marcelo Magalhães — eram sócios de uma empresa especializada em vender kits para churrasco que, segundo as investigações, era de fachada e usada para lavar dinheiro do bicho. Os dois divergiram, e Allan, apontado como braço financeiro de Bernardo Bello, expulsou Marcelo da sociedade. Marcelo então procurou Carlos Daniel para representá-lo no litígio. Como não houve conciliação, o advogado recomendou que Marcelo procurasse a polícia e revelasse o negócio. O empresário concordou e contou o esquema à Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco). A força-tarefa afirma que Bello ordenou a morte de Carlos Daniel por esse motivo e ameaçou Marcelo — o litígio acabou se resolvendo tempos depois. O advogado Carlos Daniel Dias André, de 41 anos. Reprodução 3. A morte de Carlos Daniel Carlos Daniel foi morto a tiros em maio de 2022 no Cafubá, na Região Oceânica de Niterói, por dois homens em uma moto. Ele estava dirigindo com o filho quando foi abordado em um sinal de trânsito. O atirador disparou pela janela do carona — o garoto não se feriu (relembre abaixo). Vídeo mostra execução de advogado em Niterói, RJ O carro era blindado, mas a janela do carona estava com uma pequena abertura — o suficiente para os disparos atingirem o advogado. Os investigadores identificaram que o veículo tinha um GPS — Carlos Daniel estava sendo monitorado. O advogado era ex-policial civil e foi expulso da corporação em 2011, após ser preso pela PF transportando traficantes que tentavam escapar do cerco à Favela da Rocinha para a implantação da UPP. Carlos Daniel cumpriu 6 anos de prisão. Na cadeia, ele estudou, se formou em direito e começou a trabalhar na advocacia criminalista. Tornou-se especialista no ramo de execuções penais — área em que advogou para muitos policiais e contraventores do jogo do bicho e máquinas caça-níqueis. Dois homens foram presos pelo crime na primeira Operação Ás de Ouros: Isaquiel Geovanio Fraga e Rodrigo Coutinho Palome da Silva. Segundo as investigações, Isaquiel pilotava a moto, e Rodrigo atirou. A polícia afirma que os suspeitos ficaram monitorando a rotina de Carlos Daniel por pelo menos 10 dias em Niterói antes do crime. O grupo se hospedou em uma pousada em Piratininga, na Região Oceânica, antes do ataque. Dois dias depois do check-in, os homens, segundo as investigações, conseguiram instalar o GPS no carro do advogado.