Para colorir a vida dos moradores, Jardim Urbano transforma ruas de Uberlândia em galerias de arte
Idealizadora do projeto, Preta em Flor quer ofertar para a comunidade que não tem acesso aos tradicionais espaços artísticos, um local inclusivo e acessível para apreciação do belo. Projeto social Jardim Urbano leva cores a bairros de Uberlândia O ano era 2020. As ruas estavam vazias e as casas cheias. Em Uberlândia, o projeto 'Jardim Urbano' foi uma forma encontrada por artistas locais para colorir a rotina de moradores em meio a uma realidade tão difícil, a pandemia. Então, eles colocaram as máscaras, pegaram as latas de tinta e começaram a fazer arte na rua. No vídeo acima, você vê um pouquinho do projeto sendo colocado em prática. No aniversário de 135 de Uberlândia, comemorado nesta quinta-feira (31), o g1 conta a história desta iniciativa, que já transformou dois bairros e muitas vidas. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Débora Costa, ou Preta em Flor, como é conhecida no meio artístico, é pedagoga, mestranda em Comunicação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e idealizadora do projeto. Preta em Flor Reprodução/Rede Social Ela conta que a ideia surgiu quando passou a viajar e conhecer iniciativas sociais em outras cidades. Preta percebeu que elas proporcionavam vivências importantes para as comunidades envolvidas, mas que em Uberlândia, embora acontecessem, muitas vezes se restringiam apenas aos voluntários. "Então as minhas primeiras ações foram no sentido de documentação, e aí a minha veia de professora e pesquisadora gritou muito forte nesse sentido. Foram registros fotográficos, depois publicação de dois livros e aí comecei a cada vez mais a me aventurar e a me envolver com a cultura [...] pensando especificamente nos registros de memória", começou. Para escolher o que fazer em prol da comunidade, Débora levou em consideração o contato que teve na adolescência com a cultura do hip hop, no Bairro Patrimônio, onde nasceu. "Minha família veio ali do Bairro Patrimônio e tenho orgulho em fazer menção à história desse bairro, que já foi um bairro negro, marginalizado na cidade de Uberlândia. [...] Especificamente com o hip hop, esta linguagem sempre chegou à periferia e é algo que a gente tem contato durante toda a adolescência, mas a ideia de conceber o hip hop enquanto cultura, com elementos como o graffiti, com o breaking, com DJs, com MCs, foi algo que veio depois, principalmente a partir do momento em que eu conheci pessoas que vivenciavam isso", relatou. Assim, com a vontade de unir as pessoas e proporcionar experiências através da arte, surgiu o Jardim Urbano. Preta em Flor define que a proposta é "ofertar para uma comunidade que não tem acesso a galerias de arte, um espaço para que isso aconteça na rua, o espaço mais democrático que há". ???? Mão na massa Antes e depois da ação do projeto Jardim Urbano, em Uberlândia Initial plugin text Em uma possibilidade de fugir da tensão da pandemia, Débora e Dequete, artista conhecido na cidade pelas artes em cor laranja, verde e azul, puxaram a fila e começaram a pintar um muro do Bairro Jardim Holanda, com a autorização dos moradores. Quando os vizinhos começaram a ver a pintura sendo feita, Débora conta que a dupla foi abordada por um menininho, perguntando "tia, tio, que projeto social é esse?", e que foi a partir disso que decidiram que aquilo era mesmo um projeto e que se chamaria "Jardim Urbano". Afinal, ele floresceria a cidade com coisas bonitas de se ver na rua. Deste primeiro muro, vieram outros, colaborativos, que misturam as identidades visuais de vários artistas de Uberlândia e região. Na primeira ação oficial, transformaram a Avenida Olímpio de Freitas e na segunda e mais recente, levaram o mutirão de artistas ao Beco do Planalto. A próxima parada ainda não tem data confirmada, mas já é planejada pelo grupo. Veja mais abaixo como colaborar. ???? O g1 Triângulo agora está no WhatsApp. Clique aqui para receber as notícias direto no seu celular! ???? Reações Jardim Urbano, Uberlândia Reprodução/Rede Social Débora contou que quando os moradores cedem os muros, eles ficam encantados. "Precisamos entender inclusive, que a maioria destes muros nunca haviam sido pintados, nunca receberam uma camada de tinta. Então eles recebem uma camada e uma pintura artística em seguida, então a devolutiva é muito positiva", contou. Por fim, ela relembrou um dos primeiros muros pintados pela ação, que era da Dona Marina. "Todo dia, ela saía para varrer a calçada e cuidar. Ela se sentiu de fato presenteada. Então a gente começa a criar um novo circuito de comunicação no bairro, já que esses muros e essas pessoas começam a ser reconhecidas na sociedade. Ela muda a experiência da comunidade", explicou Débora. E este é só um exemplo de como a arte é capaz de criar laços, proporcionar diálogos e revelar existências que antes estavam escondidinhas. Se a arte imita a vida ou o contrário, ainda não sabemos. Mas que ela salva vidas, isso é certeza. ???? Como colaborar Jardim Urbano, Uberlândia Reprodução/Rede Social O projeto Jardim
Idealizadora do projeto, Preta em Flor quer ofertar para a comunidade que não tem acesso aos tradicionais espaços artísticos, um local inclusivo e acessível para apreciação do belo. Projeto social Jardim Urbano leva cores a bairros de Uberlândia O ano era 2020. As ruas estavam vazias e as casas cheias. Em Uberlândia, o projeto 'Jardim Urbano' foi uma forma encontrada por artistas locais para colorir a rotina de moradores em meio a uma realidade tão difícil, a pandemia. Então, eles colocaram as máscaras, pegaram as latas de tinta e começaram a fazer arte na rua. No vídeo acima, você vê um pouquinho do projeto sendo colocado em prática. No aniversário de 135 de Uberlândia, comemorado nesta quinta-feira (31), o g1 conta a história desta iniciativa, que já transformou dois bairros e muitas vidas. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Débora Costa, ou Preta em Flor, como é conhecida no meio artístico, é pedagoga, mestranda em Comunicação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e idealizadora do projeto. Preta em Flor Reprodução/Rede Social Ela conta que a ideia surgiu quando passou a viajar e conhecer iniciativas sociais em outras cidades. Preta percebeu que elas proporcionavam vivências importantes para as comunidades envolvidas, mas que em Uberlândia, embora acontecessem, muitas vezes se restringiam apenas aos voluntários. "Então as minhas primeiras ações foram no sentido de documentação, e aí a minha veia de professora e pesquisadora gritou muito forte nesse sentido. Foram registros fotográficos, depois publicação de dois livros e aí comecei a cada vez mais a me aventurar e a me envolver com a cultura [...] pensando especificamente nos registros de memória", começou. Para escolher o que fazer em prol da comunidade, Débora levou em consideração o contato que teve na adolescência com a cultura do hip hop, no Bairro Patrimônio, onde nasceu. "Minha família veio ali do Bairro Patrimônio e tenho orgulho em fazer menção à história desse bairro, que já foi um bairro negro, marginalizado na cidade de Uberlândia. [...] Especificamente com o hip hop, esta linguagem sempre chegou à periferia e é algo que a gente tem contato durante toda a adolescência, mas a ideia de conceber o hip hop enquanto cultura, com elementos como o graffiti, com o breaking, com DJs, com MCs, foi algo que veio depois, principalmente a partir do momento em que eu conheci pessoas que vivenciavam isso", relatou. Assim, com a vontade de unir as pessoas e proporcionar experiências através da arte, surgiu o Jardim Urbano. Preta em Flor define que a proposta é "ofertar para uma comunidade que não tem acesso a galerias de arte, um espaço para que isso aconteça na rua, o espaço mais democrático que há". ???? Mão na massa Antes e depois da ação do projeto Jardim Urbano, em Uberlândia Initial plugin text Em uma possibilidade de fugir da tensão da pandemia, Débora e Dequete, artista conhecido na cidade pelas artes em cor laranja, verde e azul, puxaram a fila e começaram a pintar um muro do Bairro Jardim Holanda, com a autorização dos moradores. Quando os vizinhos começaram a ver a pintura sendo feita, Débora conta que a dupla foi abordada por um menininho, perguntando "tia, tio, que projeto social é esse?", e que foi a partir disso que decidiram que aquilo era mesmo um projeto e que se chamaria "Jardim Urbano". Afinal, ele floresceria a cidade com coisas bonitas de se ver na rua. Deste primeiro muro, vieram outros, colaborativos, que misturam as identidades visuais de vários artistas de Uberlândia e região. Na primeira ação oficial, transformaram a Avenida Olímpio de Freitas e na segunda e mais recente, levaram o mutirão de artistas ao Beco do Planalto. A próxima parada ainda não tem data confirmada, mas já é planejada pelo grupo. Veja mais abaixo como colaborar. ???? O g1 Triângulo agora está no WhatsApp. Clique aqui para receber as notícias direto no seu celular! ???? Reações Jardim Urbano, Uberlândia Reprodução/Rede Social Débora contou que quando os moradores cedem os muros, eles ficam encantados. "Precisamos entender inclusive, que a maioria destes muros nunca haviam sido pintados, nunca receberam uma camada de tinta. Então eles recebem uma camada e uma pintura artística em seguida, então a devolutiva é muito positiva", contou. Por fim, ela relembrou um dos primeiros muros pintados pela ação, que era da Dona Marina. "Todo dia, ela saía para varrer a calçada e cuidar. Ela se sentiu de fato presenteada. Então a gente começa a criar um novo circuito de comunicação no bairro, já que esses muros e essas pessoas começam a ser reconhecidas na sociedade. Ela muda a experiência da comunidade", explicou Débora. E este é só um exemplo de como a arte é capaz de criar laços, proporcionar diálogos e revelar existências que antes estavam escondidinhas. Se a arte imita a vida ou o contrário, ainda não sabemos. Mas que ela salva vidas, isso é certeza. ???? Como colaborar Jardim Urbano, Uberlândia Reprodução/Rede Social O projeto Jardim Urbano é uma iniciativa independente e funciona através de doações, seja de valores, de tintas ou do tempo dos voluntários. Para colaborar, você pode doar valores por PIX, pelo e-mail [email protected]. O projeto ainda pede que quem visite os espaços, tire fotos e publique nas redes sociais, marcando o @jardimurbanoudi para ajudá-los na missão de alcançar mais e mais pessoas. "Dependemos da força e da disponibilidade dos artistas, já que o recurso que a gente conseguiu, ele dá conta dos materiais e da produção, mas não é suficiente para pagar um cachê, por exemplo. Por isso, as pinturas dos artistas são voluntárias e o nosso papel, meu e do Dequete, é articular todas essas vozes", finalizou. *Estagiária sob supervisão de Guilherme Gonçalves. LEIA MAIS REPORTAGENS ESPECIAIS DO ANIVERSÁRIO DE UBERLÂNDIA: Mestre Bolinho: o Patrimônio de uma Uberlândia negra, que gosta de carnaval e da congada Quem foi o Tenente Coronel Aviador César Bombonato que batiza o Aeroporto de Uberlândia Dia do Coach, da Independência de Israel e do Miss 3ª Idade: veja as datas do Calendário Oficial de Uberlândia que chamam a atenção Parque do Sabiá é eleito o lugar preferido em Uberlândia pelos leitores do g1; veja o resultado da enquete Uberlândia 100+30+5 anos: conheça os olhares de três gerações sobre a cidade ???? 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