No Brasil, 1 a cada 3 professores do ensino médio não é formado na disciplina que leciona

Anuário da Educação Básica, divulgado nesta quarta-feira (13) pela ONG Todos Pela Educação, compila dados do Censo da Educação Básica e de outros levantamentos recentes relacionados ao assunto. Sala de aula do Instituto de Educação, em Porto Alegre Reprodução/RBS TV Entre os professores do ensino fundamental II (do 5º ao 9º ano) no Brasil, 41% não são formados na disciplina que lecionam aos alunos. No ensino médio, a situação também é crítica: 32% dos docentes não estão trabalhando com o assunto no qual se aprofundaram na universidade. É o caso de quem concluiu a graduação em física, por exemplo, mas dá aula de matemática. Essa distorção prejudica a aprendizagem dos estudantes e torna os conteúdos ensinados mais superficiais, afirmam especialistas. ➡️Os dados, do Censo da Educação Básica 2023, foram compilados e apresentados nesta quarta-feira (13) no Anuário da Educação Básica, documento produzido pela ONG Todos pela Educação, juntamente com a Fundação Santillana e a Editora Moderna. Segundo Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos, as explicações para esse problema envolvem: as falhas estruturais na formação docente, como o número significativo de vagas não preenchidas nas faculdades (pela falta de interesse dos candidatos) e a evasão durante os cursos de licenciatura; o alto índice de professores formados que não chegam a atuar em sala de aula, por causa da baixa atratividade da carreira. "Na tentativa de superar esses desafios, o conjunto de políticas a serem adotadas pelo Ministério da Educação (MEC) deve passar por medidas como a oferta de bolsas para incentivar a atratividade dos cursos, além do incentivo à segunda licenciatura para aqueles que já estão nas redes", afirma Cruz. "É preciso de um pacote robusto e eficiente para avançar na formação – garantindo qualidade – e na valorização dos professores no país." O MEC já afirmou que pretende anunciar, ainda neste ano, o "Pé-de-meia licenciatura", que dará bolsas acima de R$ 500 para incentivar estudantes a se tornarem professores. ????‍????Na educação infantil, 1 de cada 5 professores não tem ensino superior Na etapa da educação infantil (crianças de 0 a 5 anos), 20,5% dos docentes sequer têm diploma de ensino superior. São profissionais que atuam em uma fase decisiva do desenvolvimento das crianças e que deveriam ter aprendido, no curso de pedagogia, a: saber colocar intencionalidade educativa nas brincadeiras e no convívio entre todos, para que mais habilidades sejam desenvolvidas; conhecer os objetivos da etapa de ensino e conseguir organizar o processo escolar para dar conta de todos esses eixos; conseguir elaborar atividades adequadas à idade de cada criança e aos objetivos de aprendizagem a serem atingidos; fazer uma observação sistemática de cada aluno, para monitorar o desenvolvimento dele; registrar a trajetória de todos e refletir sobre os efeitos das práticas de ensino; saber rever o próprio trabalho e, quando necessário, mudar a estratégia pedagógica. Por mais que o índice seja ainda muito alto, sofreu redução nos últimos anos. Em 2016, por exemplo, 35,6% dos professores de creches e 33% dos da pré-escola não tinham diploma, mostra o Censo. Enem 2024: correção da questão de Matemática sobre temperatura de uma caneca Vídeos

No Brasil, 1 a cada 3 professores do ensino médio não é formado na disciplina que leciona

Anuário da Educação Básica, divulgado nesta quarta-feira (13) pela ONG Todos Pela Educação, compila dados do Censo da Educação Básica e de outros levantamentos recentes relacionados ao assunto. Sala de aula do Instituto de Educação, em Porto Alegre Reprodução/RBS TV Entre os professores do ensino fundamental II (do 5º ao 9º ano) no Brasil, 41% não são formados na disciplina que lecionam aos alunos. No ensino médio, a situação também é crítica: 32% dos docentes não estão trabalhando com o assunto no qual se aprofundaram na universidade. É o caso de quem concluiu a graduação em física, por exemplo, mas dá aula de matemática. Essa distorção prejudica a aprendizagem dos estudantes e torna os conteúdos ensinados mais superficiais, afirmam especialistas. ➡️Os dados, do Censo da Educação Básica 2023, foram compilados e apresentados nesta quarta-feira (13) no Anuário da Educação Básica, documento produzido pela ONG Todos pela Educação, juntamente com a Fundação Santillana e a Editora Moderna. Segundo Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos, as explicações para esse problema envolvem: as falhas estruturais na formação docente, como o número significativo de vagas não preenchidas nas faculdades (pela falta de interesse dos candidatos) e a evasão durante os cursos de licenciatura; o alto índice de professores formados que não chegam a atuar em sala de aula, por causa da baixa atratividade da carreira. "Na tentativa de superar esses desafios, o conjunto de políticas a serem adotadas pelo Ministério da Educação (MEC) deve passar por medidas como a oferta de bolsas para incentivar a atratividade dos cursos, além do incentivo à segunda licenciatura para aqueles que já estão nas redes", afirma Cruz. "É preciso de um pacote robusto e eficiente para avançar na formação – garantindo qualidade – e na valorização dos professores no país." O MEC já afirmou que pretende anunciar, ainda neste ano, o "Pé-de-meia licenciatura", que dará bolsas acima de R$ 500 para incentivar estudantes a se tornarem professores. ????‍????Na educação infantil, 1 de cada 5 professores não tem ensino superior Na etapa da educação infantil (crianças de 0 a 5 anos), 20,5% dos docentes sequer têm diploma de ensino superior. São profissionais que atuam em uma fase decisiva do desenvolvimento das crianças e que deveriam ter aprendido, no curso de pedagogia, a: saber colocar intencionalidade educativa nas brincadeiras e no convívio entre todos, para que mais habilidades sejam desenvolvidas; conhecer os objetivos da etapa de ensino e conseguir organizar o processo escolar para dar conta de todos esses eixos; conseguir elaborar atividades adequadas à idade de cada criança e aos objetivos de aprendizagem a serem atingidos; fazer uma observação sistemática de cada aluno, para monitorar o desenvolvimento dele; registrar a trajetória de todos e refletir sobre os efeitos das práticas de ensino; saber rever o próprio trabalho e, quando necessário, mudar a estratégia pedagógica. Por mais que o índice seja ainda muito alto, sofreu redução nos últimos anos. Em 2016, por exemplo, 35,6% dos professores de creches e 33% dos da pré-escola não tinham diploma, mostra o Censo. Enem 2024: correção da questão de Matemática sobre temperatura de uma caneca Vídeos