Governo não sabe se 1/4 das crianças e adolescentes beneficiários do Bolsa Família frequentam a escola
Programa estabelece uma série de condições para a família ter direito aos pagamentos. Objetivo é promover a permanência e a efetiva escolarização desse público. Uma das exigências do Bolsa Família é a frequência escolar das crianças beneficiárias Hedeson Alves/Arquivo Seed O governo federal não tem dados sobre a frequência escolar de um quarto das crianças e adolescentes beneficiários do Bolsa Família para saber se estão realmente estudando - uma das condições para a família ter direito aos pagamentos do programa. ???? Dos quase 19,2 milhões de pessoas que deveriam ser acompanhadas, não havia informações sobre 5,2 milhões em maio deste ano, o que representa 27,47% desse público. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e foram obtidos pelo g1 via Lei de Acesso à Informação (LAI). Para participar do Bolsa Família, é preciso cumprir alguns critérios nas áreas da saúde e educação, como: Frequência escolar mínima de 60% para as crianças de quatro a cinco anos; e Frequência escolar mínima de 75% para os beneficiários de seis a 18 anos incompletos que não tenham concluído a educação básica. O objetivo dessas exigências é promover o acesso, permanência e efetiva escolarização do público do programa. (Veja as demais condições e como funciona o programa ao final desta reportagem.) O que diz o governo? Procurado pelo g1, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) reconheceu o problema, mas argumentou que herdou essa situação do governo Bolsonaro e elencou uma série de medidas tomadas para reverter esse cenário. A pasta ressaltou que o acompanhamento do programa é compartilhado entre União, estados e municípios, mas que essa relação "foi desmantelada" na gestão anterior, o que fez "com que as condicionalidades deixassem de ser prioridade dentro do programa de transferência de renda". Com o relançamento do Bolsa Família, em março de 2023, a checagem das famílias beneficiárias foi retomada, segundo nota do ministério, e, desde então, uma série de medidas está em andamento, como a integração das bases de dados de diferentes órgãos e ministérios; o aprimoramento de sistemas; e a capacitação de operadores para incluírem os dados nas bases. A pasta informou ainda que o Ministério da Educação (MEC) assumiu o sistema de registro escolar dos estudantes beneficiários e tem investido em melhorias estruturais e mantido diálogo frequente, em reuniões semanais, com estados e municípios. Em outra frente, segundo o governo, também está em desenvolvimento o cruzamento das bases de dados do Inep (vinculado ao MEC e que cuida dos dados educacionais) e do Cadastro Único, a fim de reduzir a margem de alunos não localizados, que "tem relação direta com os sub-registros de acompanhamento". Essas ações, de acordo com o MDS, já têm surtido efeito e resultaram no aumento do quantitativo de estudantes beneficiários acompanhados. No primeiro período de 2023 (fevereiro e março), o percentual foi de 70,02%. No segundo período (abril e maio), esse índice subiu para 72,53%. Como funciona o Bolsa Família Quem tem direito ao benefício: A principal regra é ter renda mensal por pessoa de até R$ 218. Quanto é pago: Cada integrante da família, de qualquer idade, tem direito a R$ 142. É garantido o pagamento mínimo de R$ 600 por família inscrita no programa, mesmo se tiver até quatro integrantes. Ou seja, se a família tem quatro pessoas, por exemplo, o benefício soma R$ 568. Para chegar aos R$ 600, o governo paga um complemento de R$ 32. Cada criança de zero a seis anos na família tem direito a um valor adicional de R$ 150. São pagos R$ 50 para gestantes, crianças e adolescentes de 7 a 18 anos. Além da frequência escolar, o programa exige outras condições dos participantes: Realização do acompanhamento pré-natal; Cumprimento do calendário nacional de vacinação; e Realização do monitoramento do estado nutricional das crianças menores de sete anos.
Programa estabelece uma série de condições para a família ter direito aos pagamentos. Objetivo é promover a permanência e a efetiva escolarização desse público. Uma das exigências do Bolsa Família é a frequência escolar das crianças beneficiárias Hedeson Alves/Arquivo Seed O governo federal não tem dados sobre a frequência escolar de um quarto das crianças e adolescentes beneficiários do Bolsa Família para saber se estão realmente estudando - uma das condições para a família ter direito aos pagamentos do programa. ???? Dos quase 19,2 milhões de pessoas que deveriam ser acompanhadas, não havia informações sobre 5,2 milhões em maio deste ano, o que representa 27,47% desse público. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e foram obtidos pelo g1 via Lei de Acesso à Informação (LAI). Para participar do Bolsa Família, é preciso cumprir alguns critérios nas áreas da saúde e educação, como: Frequência escolar mínima de 60% para as crianças de quatro a cinco anos; e Frequência escolar mínima de 75% para os beneficiários de seis a 18 anos incompletos que não tenham concluído a educação básica. O objetivo dessas exigências é promover o acesso, permanência e efetiva escolarização do público do programa. (Veja as demais condições e como funciona o programa ao final desta reportagem.) O que diz o governo? Procurado pelo g1, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) reconheceu o problema, mas argumentou que herdou essa situação do governo Bolsonaro e elencou uma série de medidas tomadas para reverter esse cenário. A pasta ressaltou que o acompanhamento do programa é compartilhado entre União, estados e municípios, mas que essa relação "foi desmantelada" na gestão anterior, o que fez "com que as condicionalidades deixassem de ser prioridade dentro do programa de transferência de renda". Com o relançamento do Bolsa Família, em março de 2023, a checagem das famílias beneficiárias foi retomada, segundo nota do ministério, e, desde então, uma série de medidas está em andamento, como a integração das bases de dados de diferentes órgãos e ministérios; o aprimoramento de sistemas; e a capacitação de operadores para incluírem os dados nas bases. A pasta informou ainda que o Ministério da Educação (MEC) assumiu o sistema de registro escolar dos estudantes beneficiários e tem investido em melhorias estruturais e mantido diálogo frequente, em reuniões semanais, com estados e municípios. Em outra frente, segundo o governo, também está em desenvolvimento o cruzamento das bases de dados do Inep (vinculado ao MEC e que cuida dos dados educacionais) e do Cadastro Único, a fim de reduzir a margem de alunos não localizados, que "tem relação direta com os sub-registros de acompanhamento". Essas ações, de acordo com o MDS, já têm surtido efeito e resultaram no aumento do quantitativo de estudantes beneficiários acompanhados. No primeiro período de 2023 (fevereiro e março), o percentual foi de 70,02%. No segundo período (abril e maio), esse índice subiu para 72,53%. Como funciona o Bolsa Família Quem tem direito ao benefício: A principal regra é ter renda mensal por pessoa de até R$ 218. Quanto é pago: Cada integrante da família, de qualquer idade, tem direito a R$ 142. É garantido o pagamento mínimo de R$ 600 por família inscrita no programa, mesmo se tiver até quatro integrantes. Ou seja, se a família tem quatro pessoas, por exemplo, o benefício soma R$ 568. Para chegar aos R$ 600, o governo paga um complemento de R$ 32. Cada criança de zero a seis anos na família tem direito a um valor adicional de R$ 150. São pagos R$ 50 para gestantes, crianças e adolescentes de 7 a 18 anos. Além da frequência escolar, o programa exige outras condições dos participantes: Realização do acompanhamento pré-natal; Cumprimento do calendário nacional de vacinação; e Realização do monitoramento do estado nutricional das crianças menores de sete anos.