Dia da Árvore: conheça cinco árvores frutíferas nativas da Mata Atlântica
Espécies têm papel importante na alimentação e abrigo de animais, na regulação da temperatura e do índice de chuvas, bem como na qualidade do ar. Fruto da murta ou guamirim (Blepharocalyx salicifolius) José Luis Blazquez/iNaturalist Presente em 15% do território brasileiro, o bioma Mata Atlântica abriga inúmeras espécies de árvores frutíferas. Algumas bem conhecidas, como a jaboticabeira, a pintangueira e os pés de acerola. Outras nem tanto, como é o caso do guamirim, do mamãozinho-do-mato e do cambuí. No entanto, dados da Fundação SOS Mata Atlântica apontam que apenas 24% da floresta que existia originalmente continua de pé, sendo que 12,4% são florestas maduras. Árvores como essas possuem papeis importantes como alimento e abrigo de animais, evapotranspiração com impacto no índice de chuvas e outros fatores, segundo a bióloga Laís Santos de Assis, funcionária da autarquia que administra a Mata Santa Genebra, em Campinas (SP). "São micro habitats, você tem um monte de animal que vive nas árvores. Você pode ter algumas espécies de formigas, besouros, vespas, abelhas. Por exemplo, uma árvore que tenha uma colmeia de abelha nativa, essas abelhas vão fazer polinização da flores para conseguir gerar o fruto. Além de impactar na qualidade do ar, na diminuição a temperatura, na captação de gás carbônico", explica. Comemorado nesta quinta-feira (21), o Dia da Árvore surgiu com intuito de "difundir ensinamentos sobre a conservação das florestas e estimular a prática de tais ensinamentos", conforme decreto publicado no início da ditadura militar, em 1965. Para a ocasião, o Terra da Gente selecionou cinco espécies de árvores frutíferas da Mata Atlântica que são menos conhecidas pelo público em geral. Veja os exemplares abaixo: 1. Guamirim ou murta (Blepharocalyx salicifolius) Árvore e fruto da murta (Blepharocalyx salicifolius) Diego Carús/Gonzalo Martinez/iNaturalist De ocorrência natural em estados do Sudeste e Sul, o guamirim ou murta possui porte arbustivo e chega a medir a 1,30 metro de altura na idade adulta. Os frutos amadurecem de novembro a abril, no estado de São Paulo, e a espécie aproveita a dispersão de sementes feitas principalmente por aves e pelo lagarto-teiú (Theju tupinamba), conforme estudo da Embrapa. Dentre seus diversos usos, estão a utilização da madeira em obras, o uso na forma de carvão e lenha para geração de energia, uso paisagístico, além de utilização no tratamento do câncer e como estabilizante da pressão arterial. 2. Mamãozinho-do-mato (Jacaratia spinosa) Árvore e fruto do mamãozinho-do-mato (Jacaratia spinosa) Paomontero/Diego Monsores/iNaturalist Segundo informações do portal iNaturalist, o jaracatiá é uma árvore neotropical da família Caricaceae, a mesma família do mamoeiro, mas não é cultivada comercialmente. Originária da Mata Atlântica, sua distribuição abrange os estados desde Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. Podendo atingir 20 metros de altura, a planta possui frutos semelhantes em forma e cor ao mamão papaya, mas o sabor varia entre o do maracujá e da manga. A extração total ou parcial do tronco do jaracatiá para o preparo de doce contribuiu para o quase desaparecimento da espécie no país. 3. Cambuí (Myrcia multiflora) Árvore e fruto do cambuí (Myrcia multiflora) Breno Fatias/Flavioubaid/iNaturalist Com altura que varia de três a cinco metros, a árvore cambuí está presente em todas as regiões do país e fica florida nos meses de maio e setembro. Suas flores são brancas e pequenas e os frutos são globosos, pequenos e de cor roxa quando maduros. De acordo com informações do acervo da Embrapa, a planta possui uso ornamental - devido ao porte arbustivo e a quantidade de flores - e medicinal, por suas folhas ricas em tanino e lipídios, empregadas na medicina popular como antidiabético natural. Assim como outras mirtáceas, é boa produtora de óleos essenciais, que possuem ação anti-inflamatória, anticancerígena e antioxidante. 4. Guabiroba (Campomanesia guaviroba) Árvore e fruto da gabiroba (Campomanesia guaviroba) fmunoz/薛映月/iNaturalist Também conhecida como guabiroba-do-litoral e guaviroveira-de-porco, a espécie ocorre da Bahia ao Rio Grande do Sul. A copa da guabiroba é densa, arredondada e pode atingir até 20 metros de altura. O nome vem do tupi, guavi ou guabi (para comer, fruta) e roba (amarga), que significa “fruta amarga”. Sendo assim, embora possa ser consumida, a fruta possui um sabor que nem sempre é apreciado. A guabiroba frutifica com grande intensidade e seus frutos são consumidos por várias espécies de pássaros e de outros animais silvestres. Por isso, a espécie é indicada pela Embrapa para plantios destinados à recomposição de áreas degradadas e restauração de ambientes fluviais ou ciliares. 5. Cereja-do-rio-grande (Eugenia involucrata) Árvore e fruto da cereja-do-rio-grande Arafat Fontoura/Felipe Fischer/iNaturalist A cereja-do-rio-grande ou cerejeira possui distribuição do Rio de Janeiro ao Rio Grande Sul, podendo ser encontrada também na Argentina, Urug
Espécies têm papel importante na alimentação e abrigo de animais, na regulação da temperatura e do índice de chuvas, bem como na qualidade do ar. Fruto da murta ou guamirim (Blepharocalyx salicifolius) José Luis Blazquez/iNaturalist Presente em 15% do território brasileiro, o bioma Mata Atlântica abriga inúmeras espécies de árvores frutíferas. Algumas bem conhecidas, como a jaboticabeira, a pintangueira e os pés de acerola. Outras nem tanto, como é o caso do guamirim, do mamãozinho-do-mato e do cambuí. No entanto, dados da Fundação SOS Mata Atlântica apontam que apenas 24% da floresta que existia originalmente continua de pé, sendo que 12,4% são florestas maduras. Árvores como essas possuem papeis importantes como alimento e abrigo de animais, evapotranspiração com impacto no índice de chuvas e outros fatores, segundo a bióloga Laís Santos de Assis, funcionária da autarquia que administra a Mata Santa Genebra, em Campinas (SP). "São micro habitats, você tem um monte de animal que vive nas árvores. Você pode ter algumas espécies de formigas, besouros, vespas, abelhas. Por exemplo, uma árvore que tenha uma colmeia de abelha nativa, essas abelhas vão fazer polinização da flores para conseguir gerar o fruto. Além de impactar na qualidade do ar, na diminuição a temperatura, na captação de gás carbônico", explica. Comemorado nesta quinta-feira (21), o Dia da Árvore surgiu com intuito de "difundir ensinamentos sobre a conservação das florestas e estimular a prática de tais ensinamentos", conforme decreto publicado no início da ditadura militar, em 1965. Para a ocasião, o Terra da Gente selecionou cinco espécies de árvores frutíferas da Mata Atlântica que são menos conhecidas pelo público em geral. Veja os exemplares abaixo: 1. Guamirim ou murta (Blepharocalyx salicifolius) Árvore e fruto da murta (Blepharocalyx salicifolius) Diego Carús/Gonzalo Martinez/iNaturalist De ocorrência natural em estados do Sudeste e Sul, o guamirim ou murta possui porte arbustivo e chega a medir a 1,30 metro de altura na idade adulta. Os frutos amadurecem de novembro a abril, no estado de São Paulo, e a espécie aproveita a dispersão de sementes feitas principalmente por aves e pelo lagarto-teiú (Theju tupinamba), conforme estudo da Embrapa. Dentre seus diversos usos, estão a utilização da madeira em obras, o uso na forma de carvão e lenha para geração de energia, uso paisagístico, além de utilização no tratamento do câncer e como estabilizante da pressão arterial. 2. Mamãozinho-do-mato (Jacaratia spinosa) Árvore e fruto do mamãozinho-do-mato (Jacaratia spinosa) Paomontero/Diego Monsores/iNaturalist Segundo informações do portal iNaturalist, o jaracatiá é uma árvore neotropical da família Caricaceae, a mesma família do mamoeiro, mas não é cultivada comercialmente. Originária da Mata Atlântica, sua distribuição abrange os estados desde Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. Podendo atingir 20 metros de altura, a planta possui frutos semelhantes em forma e cor ao mamão papaya, mas o sabor varia entre o do maracujá e da manga. A extração total ou parcial do tronco do jaracatiá para o preparo de doce contribuiu para o quase desaparecimento da espécie no país. 3. Cambuí (Myrcia multiflora) Árvore e fruto do cambuí (Myrcia multiflora) Breno Fatias/Flavioubaid/iNaturalist Com altura que varia de três a cinco metros, a árvore cambuí está presente em todas as regiões do país e fica florida nos meses de maio e setembro. Suas flores são brancas e pequenas e os frutos são globosos, pequenos e de cor roxa quando maduros. De acordo com informações do acervo da Embrapa, a planta possui uso ornamental - devido ao porte arbustivo e a quantidade de flores - e medicinal, por suas folhas ricas em tanino e lipídios, empregadas na medicina popular como antidiabético natural. Assim como outras mirtáceas, é boa produtora de óleos essenciais, que possuem ação anti-inflamatória, anticancerígena e antioxidante. 4. Guabiroba (Campomanesia guaviroba) Árvore e fruto da gabiroba (Campomanesia guaviroba) fmunoz/薛映月/iNaturalist Também conhecida como guabiroba-do-litoral e guaviroveira-de-porco, a espécie ocorre da Bahia ao Rio Grande do Sul. A copa da guabiroba é densa, arredondada e pode atingir até 20 metros de altura. O nome vem do tupi, guavi ou guabi (para comer, fruta) e roba (amarga), que significa “fruta amarga”. Sendo assim, embora possa ser consumida, a fruta possui um sabor que nem sempre é apreciado. A guabiroba frutifica com grande intensidade e seus frutos são consumidos por várias espécies de pássaros e de outros animais silvestres. Por isso, a espécie é indicada pela Embrapa para plantios destinados à recomposição de áreas degradadas e restauração de ambientes fluviais ou ciliares. 5. Cereja-do-rio-grande (Eugenia involucrata) Árvore e fruto da cereja-do-rio-grande Arafat Fontoura/Felipe Fischer/iNaturalist A cereja-do-rio-grande ou cerejeira possui distribuição do Rio de Janeiro ao Rio Grande Sul, podendo ser encontrada também na Argentina, Uruguai e Paraguai. A espécie possui tronco que varia do verde ao cinza, com altura que varia de cinco a 15 metros de altura, segundo o portal de registro de espécies. Suas flores são hermafroditas e podem ser observadas em diferentes períodos de maturação em uma mesma inflorescência (grupo de flores). Diferente da cerejeira japonesa, os frutos da cereja-do-rio-grande tem comprimento maior e a árvore passa por uma florada menos intensa.