As defesas de Israel falharam? Entenda
Domo de Ferro, sistema de segurança de Israel que funciona como um escudo antimísseis, interceptou parte dos ataques do Hamas, mas vários foguetes atingiram diferentes cidades do país. 'O que a gente viu desde sábado foi uma falha enorme do sistema de inteligência e de defesa de Israel', diz especialista Há dois dias, o grupo extremista armado Hamas lançou milhares de foguetes contra o território israelense a partir da Faixa de Gaza, elevando as tensões no Oriente Médio. O último balanço das autoridades indica que mais de mil pessoas morreram nos últimos três dias. Há milhares de feridos. Os bombardeios continuam nesta segunda-feira (9). Para minimizar os estragos de possíveis ataques, os israelenses contam com um escudo conhecido como "Domo de Ferro". Quando um ataque é identificado, a tecnologia calcula a trajetória do foguete inimigo e verifica se uma área urbana será bombardeada. De acordo com as forças militares de Israel, parte dos ataques do Hamas foi interceptado pelo Domo. Ainda assim, vários foguetes atingiram diferentes cidades do país. Em entrevista à Globonews, o professor Guilherme Casarões, especialista em Oriente Médio, afirmou que o ataque surpresa do Hamas indica falha na inteligência e de defesa das forças israelenses: "O que a gente viu desde sábado foi uma falha enorme do sistema de inteligência e de defesa de Israel. Isso claramente cai na conta de Benjamin Netanyahu, pois ele se apresentava como uma espécie de 'babá' do povo israelense - inclusive uma campanha dele de 2013 indicava isso. Ele era a pessoa responsável pela segurança e bem-estar dos israelenses e esse mito caiu por terra. Isso é um impacto muito negativo sobre a imagem de um primeiro-ministro que vem sofrendo muitas acusações de corrupção, que vem radicalizando o seu governo desde 2009", afirmou. Domo de Ferro intercepta foguetes inimigos sob cidade israelense, em 9 de outubro de 2023 REUTERS/Amir Cohen De acordo com o jornal The Times of Israel, o sistema de defesa sofreu um "erro técnico" , que resultou na não interceptação dos foguetes. Como o ataque ocorreu ao amanhecer, as forças israelenses foram pegas completamente desprevenidas, apesar de serem uma potência tecnológica e de terem experiência no tratamento de ataques terroristas. O mau funcionamento piorou a situação, expondo lacunas nas medidas de proteção do país contra tais ataques. Em seu blog no g1, a jornalista Sandra Cohen explica que, para um país provido e capacitado de um dos mais sofisticados aparatos de vigilância do mundo, o ataque do Hamas soa como humilhação para o governo de Benjamin Netanyahu. Nem tanto pela barragem de foguetes, mas pelas imagens de palestinos armados em livre ação no território israelense. ▶️ Como começou o conflito entre o Hamas e Israel? A mais recente disputa na região começou em 7 de outubro, quando o Hamas realizou um ataque-surpresa contra Israel. Essa foi a mais violenta ação contra o território israelense dos últimos 50 anos. Os serviços de inteligência do país não conseguiram antecipar que uma ofensiva dessa magnitude estava sendo preparada. ▶️O que é o Hamas? O grupo extremista armado é uma das principais organizações islâmicas nos Territórios Palestrinos (são duas áreas não contínuas: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia). Desde 2007, o Hamas controla Gaza, localizada em um estreito pedaço de terra na costa oeste de Israel. O grupo é considerado terrorista por países como os Estados Unidos e o Reino Unido, mas tem o apoio do Irã. ▶️Como foi o ataque? As ações se concentraram perto da fronteira da Faixa Gaza, de onde Hamas lançou lançados 5 mil foguetes. Por terra, ar e mar, com motos e parapentes, homens armados invadiram o território israelense pelo sul do país. Houve relatos de que os invasores atiraram em pessoas que estavam nas ruas e sequestraram dezenas de israelenses (incluindo mulheres e crianças), levados como reféns para Gaza. ▶️Como foi a resposta de Israel? Diante da ofensiva do Hamas, o governo israelense iniciou uma retaliação. "Estamos em guerra e vamos ganhar", disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, logo após o ataque. "O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu." Ainda em 7 de outubro, Israel lançou bombas em direção à Faixa de Gaza. ▶️ O que é e onde fica Faixa de Gaza? É território palestino localizado em um estreito pedaço de terra na costa oeste de Israel, na fronteira com o Egito e banhado pelo Mar Mediterrâneo. Marcado por pobreza e superpopulação, tem mais de 2 milhões de habitantes morando em um território de 41 km de comprimento e 10 km de largura. Tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e entregue aos palestinos em 2005, Gaza vive um bloqueio de bens e serviços imposto por seus vizinhos de fronteira. ▶️ Qual é o histórico do conflito na região? A disputa entre Israel e Palestina se estende há décadas e já resultou em inúmeros enfrentamentos armados e mortes. Em sua forma moderna, remonta a 1947, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a
Domo de Ferro, sistema de segurança de Israel que funciona como um escudo antimísseis, interceptou parte dos ataques do Hamas, mas vários foguetes atingiram diferentes cidades do país. 'O que a gente viu desde sábado foi uma falha enorme do sistema de inteligência e de defesa de Israel', diz especialista Há dois dias, o grupo extremista armado Hamas lançou milhares de foguetes contra o território israelense a partir da Faixa de Gaza, elevando as tensões no Oriente Médio. O último balanço das autoridades indica que mais de mil pessoas morreram nos últimos três dias. Há milhares de feridos. Os bombardeios continuam nesta segunda-feira (9). Para minimizar os estragos de possíveis ataques, os israelenses contam com um escudo conhecido como "Domo de Ferro". Quando um ataque é identificado, a tecnologia calcula a trajetória do foguete inimigo e verifica se uma área urbana será bombardeada. De acordo com as forças militares de Israel, parte dos ataques do Hamas foi interceptado pelo Domo. Ainda assim, vários foguetes atingiram diferentes cidades do país. Em entrevista à Globonews, o professor Guilherme Casarões, especialista em Oriente Médio, afirmou que o ataque surpresa do Hamas indica falha na inteligência e de defesa das forças israelenses: "O que a gente viu desde sábado foi uma falha enorme do sistema de inteligência e de defesa de Israel. Isso claramente cai na conta de Benjamin Netanyahu, pois ele se apresentava como uma espécie de 'babá' do povo israelense - inclusive uma campanha dele de 2013 indicava isso. Ele era a pessoa responsável pela segurança e bem-estar dos israelenses e esse mito caiu por terra. Isso é um impacto muito negativo sobre a imagem de um primeiro-ministro que vem sofrendo muitas acusações de corrupção, que vem radicalizando o seu governo desde 2009", afirmou. Domo de Ferro intercepta foguetes inimigos sob cidade israelense, em 9 de outubro de 2023 REUTERS/Amir Cohen De acordo com o jornal The Times of Israel, o sistema de defesa sofreu um "erro técnico" , que resultou na não interceptação dos foguetes. Como o ataque ocorreu ao amanhecer, as forças israelenses foram pegas completamente desprevenidas, apesar de serem uma potência tecnológica e de terem experiência no tratamento de ataques terroristas. O mau funcionamento piorou a situação, expondo lacunas nas medidas de proteção do país contra tais ataques. Em seu blog no g1, a jornalista Sandra Cohen explica que, para um país provido e capacitado de um dos mais sofisticados aparatos de vigilância do mundo, o ataque do Hamas soa como humilhação para o governo de Benjamin Netanyahu. Nem tanto pela barragem de foguetes, mas pelas imagens de palestinos armados em livre ação no território israelense. ▶️ Como começou o conflito entre o Hamas e Israel? A mais recente disputa na região começou em 7 de outubro, quando o Hamas realizou um ataque-surpresa contra Israel. Essa foi a mais violenta ação contra o território israelense dos últimos 50 anos. Os serviços de inteligência do país não conseguiram antecipar que uma ofensiva dessa magnitude estava sendo preparada. ▶️O que é o Hamas? O grupo extremista armado é uma das principais organizações islâmicas nos Territórios Palestrinos (são duas áreas não contínuas: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia). Desde 2007, o Hamas controla Gaza, localizada em um estreito pedaço de terra na costa oeste de Israel. O grupo é considerado terrorista por países como os Estados Unidos e o Reino Unido, mas tem o apoio do Irã. ▶️Como foi o ataque? As ações se concentraram perto da fronteira da Faixa Gaza, de onde Hamas lançou lançados 5 mil foguetes. Por terra, ar e mar, com motos e parapentes, homens armados invadiram o território israelense pelo sul do país. Houve relatos de que os invasores atiraram em pessoas que estavam nas ruas e sequestraram dezenas de israelenses (incluindo mulheres e crianças), levados como reféns para Gaza. ▶️Como foi a resposta de Israel? Diante da ofensiva do Hamas, o governo israelense iniciou uma retaliação. "Estamos em guerra e vamos ganhar", disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, logo após o ataque. "O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu." Ainda em 7 de outubro, Israel lançou bombas em direção à Faixa de Gaza. ▶️ O que é e onde fica Faixa de Gaza? É território palestino localizado em um estreito pedaço de terra na costa oeste de Israel, na fronteira com o Egito e banhado pelo Mar Mediterrâneo. Marcado por pobreza e superpopulação, tem mais de 2 milhões de habitantes morando em um território de 41 km de comprimento e 10 km de largura. Tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e entregue aos palestinos em 2005, Gaza vive um bloqueio de bens e serviços imposto por seus vizinhos de fronteira. ▶️ Qual é o histórico do conflito na região? A disputa entre Israel e Palestina se estende há décadas e já resultou em inúmeros enfrentamentos armados e mortes. Em sua forma moderna, remonta a 1947, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina, sob mandato britânico. LEIA TAMBÉM: Hamas tem poder de fogo inferior ao de Israel; compare os arsenais usados no conflito Reféns em Gaza mudam a equação da guerra para Israel Hamas negocia libertar mulheres e crianças reféns com mediação do Catar; Israel nega que haja diálogo