Brasil e Venezuela trocam críticas depois de Maduro barrar mais uma candidatura da oposição no país

A tentativa frustrada da professora Corina Yoris de se candidatar à Presidência da Venezuela como principal adversária de Nicolás Maduro produziu a primeira manifestação crítica do Ministério brasileiro das Relações Exteriores sobre o processo eleitoral no país vizinho. Brasil e Venezuela trocam críticas depois de Maduro barrar mais uma candidatura da oposição no país A tentativa frustrada da professora Corina Yoris de se candidatar à Presidência da Venezuela como principal adversária de Nicolás Maduro produziu a primeira manifestação crítica do Ministério brasileiro das Relações Exteriores sobre o processo eleitoral no país vizinho. E, em consequência disso, uma resposta do governo de Maduro que externa irritação com a postura do Itamaraty. Ao longo da segunda-feira (25), a oposição divulgou vídeos para mostrar que o sistema do Conselho Nacional Eleitoral não aceitava a inscrição da filósofa Corina Yoris. Yoris era a substituta de María Corina Machado, que teve os direitos políticos suspensos pelo Tribunal Supremo da Venezuela, apesar de ter recebido mais de 92% dos votos nas primárias. Nesta terça-feira (26), no início da manhã, María Corina Machado disse que o regime de Nicolás Maduro já escolheu os candidatos que, de fato, vão participar da eleição. A rejeição da chapa de Corina Yoris gerou críticas por parte da comunidade internacional. Na segunda (25), em um comunicado conjunto, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai afirmaram que o bloqueio de candidatos cria questionamentos sobre a integridade e transparência do processo eleitoral. Nesta terça, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, declarou que é fundamental que Maduro reconheça e respeite o direito de todos os candidatos concorrerem. Em outubro de 2023, oposição e governo assinaram, em Barbados, um acordo para eleições livres e diretas. Em troca, os Estados Unidos aliviariam as sanções econômicas. Mas, em janeiro de 2024, a Justiça da venezuelana proibiu a candidatura de María Corina Machado - acusada pela Procuradoria-Geral da República, controlada por Maduro, de traição à pátria. E os americanos retomaram as sanções. O Brasil foi um dos fiadores do acordo da oposição com o governo venezuelano, em Barbados, juntamente com os Estados Unidos, a Colômbia e a Noruega. Nesta terça, o Itamaraty manifestou a insatisfação com o fato de Nicolás Maduro não estar cumprindo o que prometeu. Na nota, divulgada às 13h30, o Itamaraty afirmou que "acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral na Venezuela". "O Brasil observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial", diz o comunicado. O governo brasileiro também afirmou que "repudia quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo". Três horas depois, o governo de Nicolás Maduro repudiou o comunicado do Itamaraty. Segundo a nota, uma ingerência que parecia ditada pelo departamento de Estado dos Estados Unidos. A nota do governo venezuelano não dá nenhuma explicação para as tentativas infrutíferas de inscrição da candidata oposicionista. Também não faz menção aos compromissos assumidos no acordo de Barbados; cobra do Brasil respeito ao princípio diplomático de não intromissão em assuntos internos de outros países; afirma que a Venezuela é uma das democracias mais robustas da região; declara que o processo eleitoral se desenvolverá de forma exitosa; e, por fim, agradece a solidariedade do presidente Lula ao condenar sanções impostas pelos Estados Unidos. Doze candidatos obtiveram o registro no Conselho Eleitoral nesta segunda (25), entre eles o atual presidente. Um dos inscritos é Manuel Rosales, atual governador do Estado de Zulia, que já enfrentou o ex-presidente Hugo Chávez em 2006. O partido dele declarou que, por circunstâncias ainda não explicadas, a oposição caminhava para ficar fora da eleição e que a abstenção não é uma opção. No meio da tarde desta terça-feira (26), o partido de María Corina e de Corina Yoris anunciou que anunciou que o Conselho Eleitoral concedeu mais algumas horas de prazo para a inscrição de um candidato. Para não perder o lugar da chapa, o partido decidiu registrar a candidatura de Edmundo Gonzales, um ex-embaixador da Venezuela na Argentina. A estratégia é substituí-lo depois por outro nome de consenso. O Conselho Nacional Eleitoral confirmou o registro de Edmundo Gonzales. LEIA TAMBÉM Governo venezuelano chama de 'intervencionista' manifestação brasileira de preocupação sobre eleições no país Venezuela diz que nota do Brasil parece ter sido 'ditada pelos EUA'

Brasil e Venezuela trocam críticas depois de Maduro barrar mais uma candidatura da oposição no país
A tentativa frustrada da professora Corina Yoris de se candidatar à Presidência da Venezuela como principal adversária de Nicolás Maduro produziu a primeira manifestação crítica do Ministério brasileiro das Relações Exteriores sobre o processo eleitoral no país vizinho. Brasil e Venezuela trocam críticas depois de Maduro barrar mais uma candidatura da oposição no país A tentativa frustrada da professora Corina Yoris de se candidatar à Presidência da Venezuela como principal adversária de Nicolás Maduro produziu a primeira manifestação crítica do Ministério brasileiro das Relações Exteriores sobre o processo eleitoral no país vizinho. E, em consequência disso, uma resposta do governo de Maduro que externa irritação com a postura do Itamaraty. Ao longo da segunda-feira (25), a oposição divulgou vídeos para mostrar que o sistema do Conselho Nacional Eleitoral não aceitava a inscrição da filósofa Corina Yoris. Yoris era a substituta de María Corina Machado, que teve os direitos políticos suspensos pelo Tribunal Supremo da Venezuela, apesar de ter recebido mais de 92% dos votos nas primárias. Nesta terça-feira (26), no início da manhã, María Corina Machado disse que o regime de Nicolás Maduro já escolheu os candidatos que, de fato, vão participar da eleição. A rejeição da chapa de Corina Yoris gerou críticas por parte da comunidade internacional. Na segunda (25), em um comunicado conjunto, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai afirmaram que o bloqueio de candidatos cria questionamentos sobre a integridade e transparência do processo eleitoral. Nesta terça, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, declarou que é fundamental que Maduro reconheça e respeite o direito de todos os candidatos concorrerem. Em outubro de 2023, oposição e governo assinaram, em Barbados, um acordo para eleições livres e diretas. Em troca, os Estados Unidos aliviariam as sanções econômicas. Mas, em janeiro de 2024, a Justiça da venezuelana proibiu a candidatura de María Corina Machado - acusada pela Procuradoria-Geral da República, controlada por Maduro, de traição à pátria. E os americanos retomaram as sanções. O Brasil foi um dos fiadores do acordo da oposição com o governo venezuelano, em Barbados, juntamente com os Estados Unidos, a Colômbia e a Noruega. Nesta terça, o Itamaraty manifestou a insatisfação com o fato de Nicolás Maduro não estar cumprindo o que prometeu. Na nota, divulgada às 13h30, o Itamaraty afirmou que "acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral na Venezuela". "O Brasil observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial", diz o comunicado. O governo brasileiro também afirmou que "repudia quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo". Três horas depois, o governo de Nicolás Maduro repudiou o comunicado do Itamaraty. Segundo a nota, uma ingerência que parecia ditada pelo departamento de Estado dos Estados Unidos. A nota do governo venezuelano não dá nenhuma explicação para as tentativas infrutíferas de inscrição da candidata oposicionista. Também não faz menção aos compromissos assumidos no acordo de Barbados; cobra do Brasil respeito ao princípio diplomático de não intromissão em assuntos internos de outros países; afirma que a Venezuela é uma das democracias mais robustas da região; declara que o processo eleitoral se desenvolverá de forma exitosa; e, por fim, agradece a solidariedade do presidente Lula ao condenar sanções impostas pelos Estados Unidos. Doze candidatos obtiveram o registro no Conselho Eleitoral nesta segunda (25), entre eles o atual presidente. Um dos inscritos é Manuel Rosales, atual governador do Estado de Zulia, que já enfrentou o ex-presidente Hugo Chávez em 2006. O partido dele declarou que, por circunstâncias ainda não explicadas, a oposição caminhava para ficar fora da eleição e que a abstenção não é uma opção. No meio da tarde desta terça-feira (26), o partido de María Corina e de Corina Yoris anunciou que anunciou que o Conselho Eleitoral concedeu mais algumas horas de prazo para a inscrição de um candidato. Para não perder o lugar da chapa, o partido decidiu registrar a candidatura de Edmundo Gonzales, um ex-embaixador da Venezuela na Argentina. A estratégia é substituí-lo depois por outro nome de consenso. O Conselho Nacional Eleitoral confirmou o registro de Edmundo Gonzales. LEIA TAMBÉM Governo venezuelano chama de 'intervencionista' manifestação brasileira de preocupação sobre eleições no país Venezuela diz que nota do Brasil parece ter sido 'ditada pelos EUA'