Em reconstituição, suspeitos mudam versão e assumem ter matado engenheiro de férias no Brasil, diz polícia

Gabriel Brito e Marcelo Fonseca voltaram a se contradizer sobre como ocorreu o crime. Vítima, de 34 anos, foi encontrada morta em Ribeirão Preto após sair para um encontro às vésperas do Réveillon. Os dois suspeitos presos pela morte do engenheiro Beto Braga, de 34 anos, mudaram a versão e agora assumem ter matado a vítima. A confissão ocorreu durante a reconstituição do crime, realizada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (2) em Ribeirão Preto (SP), onde Beto, que vivia nos Estados Unidos, passava as férias de dezembro e foi encontrado morto em um apartamento. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp De acordo com o delegado Targino Osório, durante a reprodução, Gabriel Sousa Brito afirmou aos investigadores que aplicou uma gravata no engenheiro. Já Marcelo Fernandes Fonseca disse que amarrou os pés da vítima e que usou uma camiseta para estrangulá-la. Marcelo Fernandes Fonseca disse que amarrou os pés do engenheiro Beto Braga e que usou uma camiseta para estrangulá-la. Murilo Badessa/EPTV As versões contradizem o que eles disseram durante o primeiro depoimento à polícia, quando um responsabilizou o outro pela morte. A participação deles na reconstituição, que durou cerca de duas horas e meia no quarto em que a vítima foi localizada, aconteceu de forma separada, justamente para que as versões apresentadas possam ser confrontadas. O que disse o Gabriel? Segundo Targino, Gabriel alegou que aplicou uma gravata em Beto até ele desfalecer. Já Marcelo teria amarrado os pés da vítima. "Ele fala em uma gravata, as posições. Que colocou o Beto na gravata, Beto estava na cama, e ele também, que ficou segurando, e o Marcelo amarrou os pés dele. Logo depois, o Beto perdeu os sentidos." O que disse o Marcelo? Já Marcelo relatou aos policiais que amarrou os pés e braços de Beto, antes de apertar o pescoço com uma camiseta, ainda de acordo com o delegado. "Ele fala que foi ele que estrangulou o Beto, a pedido do Beto. Ele fala que apertou o pescoço do Beto, e que o Beto desfaleceu. [...] Marcelo fala que amarrou os pés e os braços e que usou um tecido, uma camiseta no pescoço do Beto." Posições das defesas Wagner Simões, advogado do Gabriel, confirmou a confissão, mas apontou dúvidas sobre a versão apresentada pelo cliente. "Ele fala que deu o golpe, que a intenção era só acalmar a vítima e que a vítima acabou vindo a óbito. Quando eu tinha ouvido só a versão do Gabriel, a impressão que eu tinha era de que o Gabriel estava sendo ameaçado pelo Marcelo, por isso ele estava assumindo o crime. Agora vendo que o Marcelo também assumiu o crime, me pergunto se a realidade dos fatos é essa que estamos vendo aqui." Já Paulo de Araújo Braz, advogado do Marcelo, mostrou surpresa com a confissão e disse que ainda precisa analisar o novo posicionamento. "Ele assumiu. São ambas versões contraditórias. Ambos assumem, mas, ao que parece, usou um pouco menos de entorpecentes, mas ainda temos que averiguar. Ele disse que deu o golpe que finalizou, que culminou na morte da vítima. [...] É algo que precisa ser averiguado, porque as versões foram contraditórias." Suspeitos da morte do engenheiro Beto Braga participam da reconstituição do crime em Ribeirão Preto Murilo Badessa/EPTV Próximos passos da investigação Agora, a investigação da Polícia Civil deve focar em analisar as informações colhidas na reconstituição. Outro passo importante é a conclusão do laudo pericial, ainda esperada pela polícia e que pode dar novos indícios sobre a dinâmica da morte do engenheiro. Relembre o caso Abaixo, o g1 mostra o que a investigação apontou até o momento: Como foi o sumiço e como o engenheiro foi encontrado Como os suspeitos foram identificados e quem são eles O que diz o laudo da morte O que aconteceu com o celular de Beto Paulo Roberto Carvalho Pena Braga Filho, de 34 anos, foi achado morto em Ribeirão Preto, SP Arquivo pessoal 1.Como foi o sumiço e como o engenheiro foi encontrado Beto desapareceu em Ribeirão Preto na noite de 28 de dezembro após sair da casa dos pais no bairro Santa Cruz, zona Sul da cidade, dizendo que ia se encontrar com amigos. No dia seguinte, a irmã de Beto, que também mora nos EUA, recebeu uma mensagem de um desconhecido dizendo que havia encontrado o celular do engenheiro. Ela avisou a mãe em Ribeirão Preto, que procurou a Polícia Civil. Orientada e acompanhada pelos agentes, a mãe marcou um encontro em um shopping para recuperar o telefone, mas a pessoa não apareceu. O corpo de Beto foi encontrado na noite de 30 de dezembro após um motorista de aplicativo ser identificado como sendo o profissional que apanhou o engenheiro na porta de casa na noite do sumiço para uma corrida. Sobrado onde corpo de Paulo Roberto foi localizado pela Polícia Civil em Ribeirão Preto, SP Valdinei Malaguti/EPTV O homem levou a polícia a um apartamento próximo à Avenida do Café. Em depoimento, ele contou que Beto se mostrou animado e agitado durante a corrida e que, a pedido do passageiro, parou em uma farmácia antes do

Em reconstituição, suspeitos mudam versão e assumem ter matado engenheiro de férias no Brasil, diz polícia

Gabriel Brito e Marcelo Fonseca voltaram a se contradizer sobre como ocorreu o crime. Vítima, de 34 anos, foi encontrada morta em Ribeirão Preto após sair para um encontro às vésperas do Réveillon. Os dois suspeitos presos pela morte do engenheiro Beto Braga, de 34 anos, mudaram a versão e agora assumem ter matado a vítima. A confissão ocorreu durante a reconstituição do crime, realizada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (2) em Ribeirão Preto (SP), onde Beto, que vivia nos Estados Unidos, passava as férias de dezembro e foi encontrado morto em um apartamento. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp De acordo com o delegado Targino Osório, durante a reprodução, Gabriel Sousa Brito afirmou aos investigadores que aplicou uma gravata no engenheiro. Já Marcelo Fernandes Fonseca disse que amarrou os pés da vítima e que usou uma camiseta para estrangulá-la. Marcelo Fernandes Fonseca disse que amarrou os pés do engenheiro Beto Braga e que usou uma camiseta para estrangulá-la. Murilo Badessa/EPTV As versões contradizem o que eles disseram durante o primeiro depoimento à polícia, quando um responsabilizou o outro pela morte. A participação deles na reconstituição, que durou cerca de duas horas e meia no quarto em que a vítima foi localizada, aconteceu de forma separada, justamente para que as versões apresentadas possam ser confrontadas. O que disse o Gabriel? Segundo Targino, Gabriel alegou que aplicou uma gravata em Beto até ele desfalecer. Já Marcelo teria amarrado os pés da vítima. "Ele fala em uma gravata, as posições. Que colocou o Beto na gravata, Beto estava na cama, e ele também, que ficou segurando, e o Marcelo amarrou os pés dele. Logo depois, o Beto perdeu os sentidos." O que disse o Marcelo? Já Marcelo relatou aos policiais que amarrou os pés e braços de Beto, antes de apertar o pescoço com uma camiseta, ainda de acordo com o delegado. "Ele fala que foi ele que estrangulou o Beto, a pedido do Beto. Ele fala que apertou o pescoço do Beto, e que o Beto desfaleceu. [...] Marcelo fala que amarrou os pés e os braços e que usou um tecido, uma camiseta no pescoço do Beto." Posições das defesas Wagner Simões, advogado do Gabriel, confirmou a confissão, mas apontou dúvidas sobre a versão apresentada pelo cliente. "Ele fala que deu o golpe, que a intenção era só acalmar a vítima e que a vítima acabou vindo a óbito. Quando eu tinha ouvido só a versão do Gabriel, a impressão que eu tinha era de que o Gabriel estava sendo ameaçado pelo Marcelo, por isso ele estava assumindo o crime. Agora vendo que o Marcelo também assumiu o crime, me pergunto se a realidade dos fatos é essa que estamos vendo aqui." Já Paulo de Araújo Braz, advogado do Marcelo, mostrou surpresa com a confissão e disse que ainda precisa analisar o novo posicionamento. "Ele assumiu. São ambas versões contraditórias. Ambos assumem, mas, ao que parece, usou um pouco menos de entorpecentes, mas ainda temos que averiguar. Ele disse que deu o golpe que finalizou, que culminou na morte da vítima. [...] É algo que precisa ser averiguado, porque as versões foram contraditórias." Suspeitos da morte do engenheiro Beto Braga participam da reconstituição do crime em Ribeirão Preto Murilo Badessa/EPTV Próximos passos da investigação Agora, a investigação da Polícia Civil deve focar em analisar as informações colhidas na reconstituição. Outro passo importante é a conclusão do laudo pericial, ainda esperada pela polícia e que pode dar novos indícios sobre a dinâmica da morte do engenheiro. Relembre o caso Abaixo, o g1 mostra o que a investigação apontou até o momento: Como foi o sumiço e como o engenheiro foi encontrado Como os suspeitos foram identificados e quem são eles O que diz o laudo da morte O que aconteceu com o celular de Beto Paulo Roberto Carvalho Pena Braga Filho, de 34 anos, foi achado morto em Ribeirão Preto, SP Arquivo pessoal 1.Como foi o sumiço e como o engenheiro foi encontrado Beto desapareceu em Ribeirão Preto na noite de 28 de dezembro após sair da casa dos pais no bairro Santa Cruz, zona Sul da cidade, dizendo que ia se encontrar com amigos. No dia seguinte, a irmã de Beto, que também mora nos EUA, recebeu uma mensagem de um desconhecido dizendo que havia encontrado o celular do engenheiro. Ela avisou a mãe em Ribeirão Preto, que procurou a Polícia Civil. Orientada e acompanhada pelos agentes, a mãe marcou um encontro em um shopping para recuperar o telefone, mas a pessoa não apareceu. O corpo de Beto foi encontrado na noite de 30 de dezembro após um motorista de aplicativo ser identificado como sendo o profissional que apanhou o engenheiro na porta de casa na noite do sumiço para uma corrida. Sobrado onde corpo de Paulo Roberto foi localizado pela Polícia Civil em Ribeirão Preto, SP Valdinei Malaguti/EPTV O homem levou a polícia a um apartamento próximo à Avenida do Café. Em depoimento, ele contou que Beto se mostrou animado e agitado durante a corrida e que, a pedido do passageiro, parou em uma farmácia antes do endereço programado. Segundo a polícia, o corpo de Beto estava em um apartamento trancado pelo lado de fora em um sobrado. Testemunhas disseram que o imóvel era alugado por garotas e garotos de programa e apontaram um cofre onde ficavam as chaves. O corpo estava com os pés amarrados, tinha sinais de violência no pescoço e estava em avançado estado de decomposição. 2.Como os suspeitos foram identificados e quem são eles Na noite em que sumiu, Beto enviou a um amigo a foto de um homem com quem estava em um encontro. Segundo relato da testemunha à polícia, na véspera, o engenheiro contou que sairia com um rapaz que estava vindo do Rio de Janeiro. Gabriel Sousa Brito (à esquerda) e Marcelo Fernandes Fonseca (à direita) são suspeitos da morte do engenheiro Beto Braga em Ribeirão Preto, SP Reprodução/EPTV A irmã de Beto entrou em contato com o amigo de Beto, para tentar localizar o engenheiro. Em pesquisas em sites de acompanhantes diante da foto enviada na noite passada, ele conseguiu chegar ao nome de Gabriel Sousa Brito, como sendo a pessoa que acompanhava Beto. As informações foram passadas à polícia. Por meio de reconhecimento de fotos da polícia, um morador do prédio apontou ter visto Gabriel Sousa Brito no sobrado no dia em que Beto desapareceu. O responsável pelo aluguel do imóvel também forneceu informações à polícia sobre a identidade do locatário. Ao comparar a foto enviada por Beto ao amigo com o quarto onde o corpo foi encontrado, a polícia confirmou que era Gabriel quem estava com o engenheiro. À esquerda, foto enviada por Beto Braga a amigo antes de ser achado morto; à direita, foto feita pela Polícia Civil no apartamento onde engenheiro foi localizado Ribeirão Preto, SP Polícia Civil A polícia pediu a quebra do sigilo telefônico de Gabriel e passou a monitorá-lo com autorização da Justiça. Ainda no início de janeiro, um mandado de prisão temporária foi expedido contra o suspeito, que acabou preso no dia 15 de janeiro em Nova Iguaçu (RJ), na casa da namorada dele. Em depoimento à polícia em Ribeirão Preto, Gabriel apontou a participação de um segundo suspeito. Marcelo Fernandes Fonseca foi preso na quinta-feira (25) em Diadema (SP), na casa de um amigo. Segundo a polícia, os dois mantêm páginas ativas em um site para adultos, onde oferecem serviços de acompanhantes e programas sexuais. 3.O que diz o laudo da morte O laudo do Instituto Médico Legal (IML) entregue à Polícia Civil aponta que Beto Braga morreu por asfixia mecânica causada por estrangulamento. Gabriel Sousa Brito suspeito de matar o engenheiro Beto Braga em Ribeirão Preto, SP Marcelo Moraes/EPTV Ainda segundo o laudo, havia um tecido com nó no pescoço de Beto, o que causou uma lesão compatível com estrangulamento, e sinais de morte violenta. No apartamento onde Beto foi encontrado, a polícia apreendeu várias cápsulas, supostamente de cocaína, latas de cerveja, uma cartela do medicamento tadalafila, usado para disfunção erétil, com dois comprimidos faltantes, e um tubo lacrado de gel anestésico. Todo o material foi encaminhado para a perícia, e a polícia aguarda o resultado da análise. 4.O que aconteceu com o celular de Beto O caso é inicialmente tratado como latrocínio, ou seja, um roubo seguido de morte, porque o celular da vítima ainda não foi encontrado. Na sexta-feira (26) durante o depoimento, Marcelo confirmou que, depois da morte de Beto, deixou o local com o celular, um par de tênis e com cartões da vítima e que repassou os objetos para um terceiro. Beto Braga foi encontrado morto em apartamento na zona Norte de Ribeirão Preto, SP Arquivo pessoal O receptador foi identificado inicialmente como Thiago, um homem já contatado pelas autoridades policiais que, de acordo com Targino, confirmou por telefone estar apenas com o aparelho e se prontificou a se apresentar e a entregá-lo, o que pode ser fundamental para a sequência das investigações. A entrega do telefone era esperada pela polícia na tarde de sexta-feira, o que não aconteceu. 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